Associação Amigos de Ana Rech

Ana Rech é uma das regiões administrativas da cidade de Caxias do Sul, fundada em 26 de setembro de 1927, a localidade destaca-se por manter ainda seus costumes típicos italianos como o cultivo da uva, a trançaria em palha de milho e cestaria em vime a fala com uso do dialeto tallian e a devoção religiosa muito forte em especial a Nossa Senhora de Caravaggio.

Anna Maria Pauletti Rech nasceu em 25 de março de 1831, na localidade de Pedavena, na Itália. Viúva de Osvaldo Rech, chegou ao Brasil em abril de 1877. Quando aportou no Campo dos Bugres junto a outras famílias, ela tinha 48 anos de idade. O filho mais velho era Ângelo, com 26 anos, e o caçula, Giovanni, com 13. Além deles, vieram os filhos Teresa, Líbera, Giuseppe, Vittore, Maria Giovanna e Teresa. Chegando, a imigrante foi destinada à 8ª Légua, no lote rural 104 do Travessão Dona Leopoldina, onde hoje assenta o bairro que levou seu nome.

Essa comunidade sempre destacou-se pelo espírito de união e colaboração dos moradores para o seu desenvolvimento, exemplo disso esta no documento datado de 1936, que nos mostra uma relação de moradores que se uniram para a manutenção da Avenida Rio Branco.




Em 29 de agosto de 1949, nasce a Associação Amigos de Ana Rech – SAMAR, entidade sem fins lucrativos que desde aquela época já buscava levantar os problemas, discutir as necessidades da comunidade, preservar a cultura da região e fomentar as iniciativas e a manutenção das tradições.

Seu primeiro presidente Jacob João Basso teve grande influencia na infra estrutura de Ana Rech, pois reivindicava junto ao poder publico em todas as suas esferas solicitações como calçamento das vias, energia elétrica, ampliação do prédio da escola rural, criação de estradas para facilitar o transito para o veraneio e excursões de turismo.



Nos meados de 1960, Ana Rech já despontava como forte ponto de cultura e artesanato começando inclusive a participar dos desfiles de Carros Alegóricos da Festa da Uva, no decorrer dos anos sempre esteve presente nos concursos a Rainha da Festa da Uva e no ano de 2022 sua candidata Priscila Zanol foi coroada rainha. Ainda em 1960 pleiteava junto ao governo do Estado a verba para o não fechamento do Ginásio Nossa Senhora de Pompéia única escola para meninas da localidade a qual mais tarde acabou fechada, atualmente o prédio é ocupado pela Clinica Paulo Guedes.

A Vila de Ana Rech, era uma referencia de turismo de férias chegou a contar com 03 hotéis de muita qualidade para viagens em família, o tradicional Hotel Bela Vista era destino de veraneio. Para fomentar essa atividade a SAMAR solicitava junto ao Governo do Estado e prefeitura melhorias nas estradas, bem como alteração no traçado da futura ”Rota do Sol”.

Na década de 90 iniciaram as atividades do Encanto de Natal uma iniciativa da SAMAR e da Prefeitura Municipal, a programação girou em torno da construção de Presépios e da realização de um espetáculo noturno envolvendo toda a comunidade da vila e das capelas do interior, teve como principais atrações: Banda sinfônica, corais, som e luz e fogos de artifício e o Papai Noel.

O começo foi humilde com 05 presépios, mas conquistou muitos participantes chegando a 54 presépios, a confecção de presépios sempre foi uma tradição das famílias italianas dentro de suas casas, com o inicio do Encanto de Natal as pessoas levaram os presépios para os pátios de suas residências. Atualmente no período do Natal passam por Ana Rech mais de 70.000 pessoas, provando que as tradições Natalinas ainda encantam muita gente. Essa atividade foi incluída no calendário turístico oficial do Rio Grande do Sul.



Outro ponto de constante visitação publica são os painéis da Epopéia Italiana. Projeto artístico composto por 15 painéis que resgata as passagens da Epopeia vivida pelos imigrantes, no período compreendido entre 1875 e 1924, desde a partida da Itália, passando pela travessia em navios, até a chegada ao Rio Grande do Sul, o desbravamento de uma terra desconhecida e a construção de uma vila.

Em detalhes da obra, é possível observar nuances da vida dos imigrantes: seus costumes, a religiosidade, o trabalho e a vida em família. O conjunto foi inaugurado em 23 de abril de 2012. Os painéis esculpidos em alto e baixo relevo possuem 1,70m por 2,80m e foram materializados pelos artistas Jesiel Bellini e André Gnatta. O projeto foi idealizado pelo padre João Leonir Dall’Alba, falecido em 2006.

A obra foi feita por iniciativa da comunidade, através da Associação Amigos de Ana Rech e com financiamento da Lei Rouanet. A Rua Padre Leonardo Murialdo está coberta para que os 15 painéis fiquem protegidos.





Por ocasião dos 130 anos de Fundação da Vila de Ana rech, por uma emigrante procedente de Pedavena, Anna Pauletti Rech, de quem a localidade recebeu o nome foi celebrado um Pacto de Amizade – Gemellaggio com os seguintes objetivos: manter intercambia cultural entre as duas comunidades e aprofundar laços de amizades, visitas, conhecimento das tradições.


A Cidade de Rolhas é mais do que um presépio, a estrutura é, na verdade, uma cidade feita de rolhas com a reprodução de casas, igreja campanário e um presépio. São cerca de 45 mil rolhas. A estrutura foi montada pela família Molin, de Ana Rech.
A idéia de fazer um presépio de rolhas surgiu no ano de 2000, quando foi furtado o presépio da família. Em 2005 a família reuniu mais rolhas e ampliou o projeto, transformando rolhas comuns, num universo natalino e em uma vila típica italiana indescritível.



Agora com sede própria a SAMAR, volta a fortalecer vínculos com a comunidade, por meio de projetos culturais, esportivos e natalinos, revitalizou a casa onde fica a sede, porem manteve as características originais, em andamento estão as obras de melhoria e ampliação dos espaços do Parque que futuramente ira receber diversas atrações (musicais, teatro...) no momento já estão sendo realizadas oficinas com voluntárias da comunidade.